sábado, 2 de abril de 2022

Maternidade Ideal x Maternidade Real

        
Coordenadora do Curso Parto Amoroso Rossana Franke de Oliveira entrevista 
a Psicóloga Pietra Rassi sobre o tema: Maternidade Ideal x Maternidade Real


Nossa live semanal no instagram, no dia 1º de abril, foi com Pietra Rassi, psicóloga e psicanalista, com o tema: Maternidade Ideal x Maternidade Real.

Neste “dia da mentira” o bate papo trouxe à tona o ideal da “mãe perfeita” e o quanto este universo imaginário de “mentirinha” construído durante a gestação pode vir a ser desconstruído perante uma realidade que nem sempre é tão “cor de rosa” .

Pietra Rassi Justus é formada em psicologia pela PUC-PR (1999), época em que iniciou seus estudos em psicanálise. Fez formação em dinâmica de Grupos pela Sociedade Brasileira de Dinâmica de Grupos (2006). Durante os anos de 2017 e 2018 realizou trabalho clínico voluntário na UTI neonatal do Hospital e Maternidade Santa Brígida. Na clínica, além do atendimento ao público geral, realiza um trabalho direcionado à perinatalidade e parentalidade.

Durante a live, a profissional contou um pouco sobre sua trajetória profissional e salientou que, no atendimento a mães há um sofrimento, uma culpa generalizada em relação a não conseguirem ser do jeito que haviam idealizado para seus filhos.

Desde o parto, que muitas vezes imaginaram ser um jeito e foi de outro, passando pelas dificuldades para amamentar, dar conta de todas as tarefas, até sentir-se cansada, sem ânimo para brincar com as crianças e os demais “perrengues” que a realidade as impõe, porém na idealização da maternidade, nunca apareceram.

A psicóloga Pietra chama a atenção para uma maternidade possível, que tenha espaço para falhas, erros, furos, sem culpa por toda a vida: não somente enquanto o(a) filho(a) é um bebê, mas também durante toda a sua criação, em que a realidade vai se impondo sobre a idealização materna.

Alguns pontos foram apontados como mais recorrentes em seu consultório em relação às mães:

1)   -  Sobrecarga: as mães se sentem cansadas e sobrecarregadas por trabalhar como profissionais, donas de casa e agora, como mães 24 horas por dia, sem um dia sequer de descanso.

2)   Solidão: a falta de ajuda de familiares gera o sentimento de uma “maternidade solitária”, pois cada vez é mais difícil ter por perto as avós, tias, irmãs, amigas com tempo disponível para ajudar efetivamente a cuidar das crianças pequenas.

3)   -  Culpa: que é gerada através das seguintes dúvidas:

  • será que estou conseguindo fazer o melhor para meu filho?
  • por que não consigo amar ser mãe o tempo todo?

Todos esses pontos, baseados na distância entre idealização e realidade, acabam trazendo sofrimento para as mães.

A psicóloga salientou que muitas mulheres, mesmo tendo um parceiro presente no seu dia a dia, não participa ativamente do cuidado com a criança, fazendo-a se sentir uma “mãe solo”.

Alguns exemplos foram citados no decorrer da live. Entre eles o da gestante cujo marido morreu antes do nascimento dos gêmeos. Neste caso, além desta mãe ter que lidar com as questões da maternidade, ainda foi preciso administrar seu luto. Se ela não tiver uma rede de apoio, especialmente da família, fica ainda mais difícil superar este momento.

Da mesma forma que a família dá este apoio, às vezes passa do ponto e a gestante tem que enfrentar os palpites, precisando ter muita maturidade para estabelecer limites e não perder esta base, que é fundamental. 

Esta rede de apoio não é somente dentro do círculo familiar - ela se estende pelas amizades, vizinhos e também aos profissionais contratados para auxiliar na criação e desenvolvimentos dos filhos como babás, pediatras, professores, terapeutas, etc. 

Deixou claro que a mãe deve fazer uso desta rede para não se sentir tão sozinha. "A mãe não pode se colocar no lugar de uma heroína, responsável por suprir TODAS as necessidade de seu bebê / criança. Ninguém é capaz disso. Por achar que será capaz e nem sempre conseguir, é que ela se sente culpada. Tudo parte de uma idealização, que foi alimentada em seu imaginário", complementou.

Nesta live ficou claro que a gestante deve estar preparada para errar, se frustrar e não se sentir “menos mãe” por causa disso.

Com esta clareza, a psicóloga Pietra Rassi trouxe um olhar muito carinhoso e interessante sobre o tema, que deve ser observado por gestantes, mamães e famílias, no intuito de se obter um equilíbrio entre a maternidade ideal e a real.


Para assistir a esta live no instagram, clique em:

https://www.instagram.com/p/Cb0ki9qFfEd/

 

Para entrar em contato com a Psicóloga Pietra Rassi:

https://www.instagram.com/pietrarassi/


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