sábado, 2 de abril de 2022

Fisioterapia Pélvica na Gestação e Pós Parto

 


   

Dra Ana Lorenzoni esclareceu muitas dúvidas sobre a pelve
com farto material, exemplos práticos e muita simpatia


Em nossa live do dia 25 de março “mês da mulher” o bate papo foi sobre um tema bem feminino, bastante atual e ainda pouco conhecido do grande público: a fisioterapia pélvica.

Convidamos Anna Lorenzoni que é fisioterapeuta formada pela Faculdade Evangélica do Paraná em 2014. Fez especialização em Fisioterapia Pélvica Internacional com ênfase em obstetrícia e uroginecologia pela Faculdade Inspirar em 2016. Professora de Pós-Graduação da Faculdade Inspirar - Sedes Curitiba, Florianópolis, Goiânia e Vitória, de 2018 a 2020. Atua como fisioterapeuta pélvica do Hospital Vita Linha Verde - PROFISIO e é fundadora da Clínica Angular - Pilates e Fisioterapia.

Com muita desenvoltura, a profissional abriu a live dizendo que o tratamento de gestantes deve sempre ser feito com muito carinho e que, apesar da grande facilidade de acesso à informação, a pelve – local por onde o bebê vai passar ao nascer - é ainda uma região na qual há um grande mistério junto a muitas futuras mamães, por isso a importância deste tema.

A pelve conecta a parte de cima com a parte de baixo do corpo, sustentando-o. É através dela que nos movimentamos. A pelve serve de estrutura e é o primeiro berço do bebê. Durante toda a gestação ele vai se alterar para que o bebê possa se desenvolver, por isso é preciso trabalhar muito bem esta região.

A parte de baixo da pelve é chamada de assoalho pélvico que, juntamente com músculos, tendões e ligamentos sustenta o peso dos nossos órgãos e do bebê que está sendo gerado. Todo este complexo precisa estar muito bem fortalecido e flexível para que a mulher não venha a ter disfunções.

Dra Anna salientou que o ideal é a mulher iniciar a prática da fisioterapia pélvica antes mesmo de engravidar para corrigir eventuais disfunções e fortalecer seu assoalho pélvico, antes de começar a receber a sobrecarga proveniente do peso do bebê + líquido + placenta.

Lembrando também que, devido as alterações hormonais provenientes da gravidez, o hormônio RELAXINA faz com que a gestante fique mais relaxada, enfraquecendo sua força muscular, por isso o ideal é ganhar muita força já no início da gestação, quando há menos deste hormônio e menos peso em seu corpo.

Para cada fase da gestação muda-se a conduta terapêutica, com a indicação de diferentes práticas visando diferentes objetivos. No 1º trimestre busca-se fortalecimento e consciência perineal. No 2º trimestre os exercícios visam mobilidade e flexibilidade. No 3º trimestre, quando aparecem mais dores, os exercícios baseiam-se no alongamento.

Para gestantes que pretendem o parto normal, além do alongamento, precisarão buscar elasticidade e praticar o treino expulsivo. Quando, na hora do parto ouvir: “faça força” ela vai estar preparada para saber onde fazer esta força e como fazê-la.

Dra Anna faz uma analogia com o esporte para explicar a importância da fisioterapia pélvica para a s gestantes: “Ninguém corre uma maratona sem se preparar. Esta preparação compreende desde fortalecimento das pernas, até respiração e isso leva tempo e muito empenho por parte de cada atleta. Para o parto, a lógica é a mesma: o assoalho pélvico é o lugar onde o bebê vai crescer e por onde vai passar ao nascer, por isso precisa estar muito bem treinado”.  

Todo este trabalho é feito seguindo as orientações do médico obstetra, num esforço multidisciplinar com toda a equipe de acompanhamento desta gestante.

A fisio pélvica vai auxiliar no bem estar da mulher de forma ampla, como na respiração, que sendo bem treinada, ajuda a minimizar dores, acalmar a gestante, facilitando seu sono e seu dia a dia. Também trabalha com os órgãos a ponto de diminuir constipação. Outro benefício é o de ensinar a contrair e relaxar os músculos do assoalho pélvico permitindo à gestante não ter a urina presa, evitando infecções e outros problemas urinários provenientes de uma pelve com musculatura rígida.

Esses e outros muitos benefícios da prática da fisioterapia pélvica descritos em detalhes, além de muitas outras dicas preciosas podem ser vistas e revistas nesta live.


Para assistir a esta live no instagram, clique em:

https://www.instagram.com/p/CbijPBQlJH5/


Para entrar em contato com a Fisioterapeuta Pélvica Anna Lorenzoni:

https://www.instagram.com/annalorenzoni.fisioterapia/

Maternidade Ideal x Maternidade Real

        
Coordenadora do Curso Parto Amoroso Rossana Franke de Oliveira entrevista 
a Psicóloga Pietra Rassi sobre o tema: Maternidade Ideal x Maternidade Real


Nossa live semanal no instagram, no dia 1º de abril, foi com Pietra Rassi, psicóloga e psicanalista, com o tema: Maternidade Ideal x Maternidade Real.

Neste “dia da mentira” o bate papo trouxe à tona o ideal da “mãe perfeita” e o quanto este universo imaginário de “mentirinha” construído durante a gestação pode vir a ser desconstruído perante uma realidade que nem sempre é tão “cor de rosa” .

Pietra Rassi Justus é formada em psicologia pela PUC-PR (1999), época em que iniciou seus estudos em psicanálise. Fez formação em dinâmica de Grupos pela Sociedade Brasileira de Dinâmica de Grupos (2006). Durante os anos de 2017 e 2018 realizou trabalho clínico voluntário na UTI neonatal do Hospital e Maternidade Santa Brígida. Na clínica, além do atendimento ao público geral, realiza um trabalho direcionado à perinatalidade e parentalidade.

Durante a live, a profissional contou um pouco sobre sua trajetória profissional e salientou que, no atendimento a mães há um sofrimento, uma culpa generalizada em relação a não conseguirem ser do jeito que haviam idealizado para seus filhos.

Desde o parto, que muitas vezes imaginaram ser um jeito e foi de outro, passando pelas dificuldades para amamentar, dar conta de todas as tarefas, até sentir-se cansada, sem ânimo para brincar com as crianças e os demais “perrengues” que a realidade as impõe, porém na idealização da maternidade, nunca apareceram.

A psicóloga Pietra chama a atenção para uma maternidade possível, que tenha espaço para falhas, erros, furos, sem culpa por toda a vida: não somente enquanto o(a) filho(a) é um bebê, mas também durante toda a sua criação, em que a realidade vai se impondo sobre a idealização materna.

Alguns pontos foram apontados como mais recorrentes em seu consultório em relação às mães:

1)   -  Sobrecarga: as mães se sentem cansadas e sobrecarregadas por trabalhar como profissionais, donas de casa e agora, como mães 24 horas por dia, sem um dia sequer de descanso.

2)   Solidão: a falta de ajuda de familiares gera o sentimento de uma “maternidade solitária”, pois cada vez é mais difícil ter por perto as avós, tias, irmãs, amigas com tempo disponível para ajudar efetivamente a cuidar das crianças pequenas.

3)   -  Culpa: que é gerada através das seguintes dúvidas:

  • será que estou conseguindo fazer o melhor para meu filho?
  • por que não consigo amar ser mãe o tempo todo?

Todos esses pontos, baseados na distância entre idealização e realidade, acabam trazendo sofrimento para as mães.

A psicóloga salientou que muitas mulheres, mesmo tendo um parceiro presente no seu dia a dia, não participa ativamente do cuidado com a criança, fazendo-a se sentir uma “mãe solo”.

Alguns exemplos foram citados no decorrer da live. Entre eles o da gestante cujo marido morreu antes do nascimento dos gêmeos. Neste caso, além desta mãe ter que lidar com as questões da maternidade, ainda foi preciso administrar seu luto. Se ela não tiver uma rede de apoio, especialmente da família, fica ainda mais difícil superar este momento.

Da mesma forma que a família dá este apoio, às vezes passa do ponto e a gestante tem que enfrentar os palpites, precisando ter muita maturidade para estabelecer limites e não perder esta base, que é fundamental. 

Esta rede de apoio não é somente dentro do círculo familiar - ela se estende pelas amizades, vizinhos e também aos profissionais contratados para auxiliar na criação e desenvolvimentos dos filhos como babás, pediatras, professores, terapeutas, etc. 

Deixou claro que a mãe deve fazer uso desta rede para não se sentir tão sozinha. "A mãe não pode se colocar no lugar de uma heroína, responsável por suprir TODAS as necessidade de seu bebê / criança. Ninguém é capaz disso. Por achar que será capaz e nem sempre conseguir, é que ela se sente culpada. Tudo parte de uma idealização, que foi alimentada em seu imaginário", complementou.

Nesta live ficou claro que a gestante deve estar preparada para errar, se frustrar e não se sentir “menos mãe” por causa disso.

Com esta clareza, a psicóloga Pietra Rassi trouxe um olhar muito carinhoso e interessante sobre o tema, que deve ser observado por gestantes, mamães e famílias, no intuito de se obter um equilíbrio entre a maternidade ideal e a real.


Para assistir a esta live no instagram, clique em:

https://www.instagram.com/p/Cb0ki9qFfEd/

 

Para entrar em contato com a Psicóloga Pietra Rassi:

https://www.instagram.com/pietrarassi/