terça-feira, 26 de julho de 2016

A Arte de Ser Avó

A arte de ser avó


"Netos são como heranças: você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu... É como dizem os ingleses, um ato de Deus". Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade. E não se trata de um filho apenas suposto. O neto é, realmente, o sangue do seu sangue, o filho do filho, mais que filho mesmo...
Cinquenta anos, cinquenta e cinco... Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que você esperava. Não lhe incomoda envelhecer, é claro. A velhice tem as suas alegrias, as suas compensações, todos dizem isso, embora você, pessoalmente, ainda não as tenha descoberto, mas acredita. Todavia, também obscuramente, também sentida nos seus ossos, às vezes lhe dá aquela nostalgia da mocidade. Não de amores com paixões: a doçura da meia idade não lhe exige essa efervescência. A saudade é de alguma coisa que você tinha e que lhe fugiu sutilmente junto com a mocidade. Bracinhos de criança. O tumulto da presença infantil ao seu redor. Meu Deus, para onde foram as crianças?
Naqueles adultos cheios de problemas que hoje são os filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento e prestações, você não encontra de modo algum suas crianças perdidas. São homens e mulheres- não são mais aqueles que você recorda.
E então, um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe coloca nos braços um bebê. Completamente grátis - nisso é que está a maravilha.
Sem dores, sem choro, aquela criancinha da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade, longe de ser um estranho, é um filho seu que é devolvido.
E o espanto é que todos lhe reconhecem o direito de o amar com extravagância. Ao contrário, causaria espanto, decepção se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor recalcado que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração.
Sim, tenho certeza de que a vida nos dá netos para compensar de todas as perdas trazidas pela velhice. São amores novos, profundos e felizes, que vem ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis.
E quando você vai embalar o menino e ele, tonto de sono abre o olho e diz: "Vó!", seu coração estala de felicidade, como pão no forno!
Rachel de Queiroz

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Dia 2 de agosto, 2 novas turmas do Curso Parto Amoroso: Gestantes à Tarde e Casais Grávidos à Noite

Tudo pronto para esperar nossos alunos. Mais uma vez, record de inscrições. Professores animados. Equipe contando os dias para começar mais uma turma.

O programa do Curso Parto Amoroso CEMUC para Gestantes conta com 20 diferentes temas, apresentados em 7 tardes. O programa do Curso Parto Amoroso CEMUC para Casais Grávidos é mais compacto, apresentado em 2 noites seguidas.

Curso Para Gestantes - À TARDE
2, 9, 16, 23, 30 de agosto, 6 e 13 de setembro 
na Maternidade Santa Brígida
 



O Curso é totalmente gratuito e as inscrições podem ser feitas através do link a seguir:

Pedimos às alunas a doação de novelos de lã e fraldas que são repassadas a entidades beneficentes que prestam assistência a gestantes carentes.

A gratuidade do curso é mantida por empresas parceiras, que tem a possibilidade de expor seus produtos e vendê-los nos intervalos de aula. Veja as empresas parceiras no menu lateral a direita.

Programa da Turma 142 - Curso Parto Amoroso para Gestantes




Curso Para Casais Grávidos - À NOITE
2 e 3 de agosto  
na Sociedade Paranaense de Pediatria





O Curso é totalmente gratuito e as inscrições podem ser feitas através do link a seguir:

Pedimos às alunas a doação de novelos de lã e fraldas que são repassadas a entidades beneficentes que prestam assistência a gestantes carentes.

A gratuidade do curso é mantida por empresas parceiras, que tem a possibilidade de exposr seus produtos e vendê-los nos intervalos de aula.

Quando nasce um bebê, nasce uma mãe também

...quando nasce um bebê, nasce uma mãe também...
Dizem: quando nasce um bebê, nasce uma mãe também. E um polvo. Um restaurante delivery. Uma máquina de chocolate prontinho. Uma mecânica de carrinhos de controle remoto. Uma médica de bonecas. Uma professora-terapeuta-cozinheira de carreira medíocre. Nasce uma fábrica de cafuné, um chafariz de soro fisiológico, um robô que desperta ao som de choro. E principalmente: nasce a fada do beijo.
Quando nasce um bebê, nasce também o medo da morte - mães não se conformam em deixar o mundo sem encaminhar devidamente um filho.
Não pense você que ao se tornar mãe uma mulher abandona todas as mulheres que já foi um dia. Bobagem. Ganha mais mulheres em si mesma. Com seus desejos aumentam sua audácia, sua garra, seus poderes. Se já era impossível, cuidado: ela vira muitas. Também não me venha imaginar mães como seres delicados e frágeis. Mães são fogo, ninguém segura.

Se antes eram incapazes de matar um mosquito, adquirem uma fúria inédita. Montam guarda ao lado de suas crias, capazes de matar tudo o que zumbir perto delas: pernilongos, lagartas, leões, gente.
Mães não têm tempo para o ensaio: estreiam a peça no susto. Aprendem a pilotar o avião em pleno voo. E dão o exemplo, mesmo que nunca tenham sido exemplo. Cobrem seus filhos com o cobertor que lhes falta. E, não raro, depois de fazerem o impossível, acreditam que poderiam ter feito melhor. Nunca estarão prontas para a tarefa gigantesca que é criar um filho - alguém está?
Mente quem diz que mãe sente menos dor - pelo contrário! Ela apenas aprende a deixar sua dor para outra hora. Atira o seu choro no chão para ir acalentar o do filho. Nas horas vagas, dorme. Abastece a casa. Trabalha. Encontra os amigos. Lê - ou adormece com um livro no rosto. E, quando tem tempo pra chorar - cadê? -, passou. A mãe então aproveita que a casa está calma e vai recolher os brinquedos da sala. "Como esse menino cresceu", ela pensa, a caminho do quarto do filho. Termina o dia exausta, sentada no chão da sala, acompanhada de um sorriso besta.
Já os filhos, ah filhos fazem a mãe voltar os olhos para coisas que não importavam antes. O índice de umidade do ar. Os ingredientes do suco de caixinha. O nível de sódio do macarrão sem glúten. Onde fica a Guiné-Bissau. Os rumos da agricultura orgânica. As alternativas contra o aquecimento global. Política. E até sua própria saúde. Mães são mulheres ressuscitadas. Filhos as rejuvenescem, tornando a vida delas mais perigosa - e mais urgente.
Quando nasce um bebê, nasce uma empreiteira. Capaz de cavar a estrada quando não há caminho, só para poder indicar: "É por ali, filho, naquela direção".
Texto: Cris Guerra 

domingo, 3 de julho de 2016

Grupo de Tricô "Mãos que Aquecem" recebe lãs doadas por alunos do CEMUC e as transforma em lindas mantas

O Grupo "Mãos que Aquecem" recebeu com alegria a doação dos alunos do CEMUC

O Grupo de Tricô "Mãos que Aquecem" é formado por vinte senhoras voluntárias que tecem "quadrados"  em tricô ou crochê. Unidos, estes quadrados formam coloridas mantas para aquecer crianças e idosos carentes de Curitiba e Região Metropolitana.

O grupo iniciou suas atividades em meados de 2012 e, de lá para cá, as voluntárias se encontram quinzenalmente, às terças feiras, no Bairro Água Verde, em Curitiba, numa "linha de montagem" em ritmo acelerado. A produção é grande, pois não se limita apenas aos encontros. Ao longo desses 4 anos de atividades, as  "Mãos que Aquecem"  já teceram mais de 20.000 quadrados, totalizando perto de 1.000 mantas.

O trabalho é mantido através de doações da comunidade. "Aceitamos todo o tipo de lãs, até fios de malharia que, mesmo sendo bem mais finos, são enrolados manualmente até atingir a espessura desejada. Cachecóis ou blusões são desmanchados e aproveitamos seu fio. Cada novelo de lã é convertido em um quadrado.  A cada 16 quadrados, uma criança é aquecida e a cada 35 quadrados um idoso não passa mais frio", explica a voluntária Jaqueline, uma das coordenadoras do grupo.

Diversas instituições que atendem à população já receberam mantas do Grupo "Mãos que Aquecem". Por ser uma cidade onde o frio é rigoroso e o inverno muitas vezes prolongado, Curitiba conta com a solidariedade de seus habitantes que se sensibilizam com a situação das pessoas mais carentes, especialmente idosos e crianças.


1 novelo = 1 quadrado  |  16 quadrados = 1 manta infantil   |   35 quadrados = 1 manta adulto



As coloridas mantas tecidas com lãs aquecem Idosos e Crianças carentes


Neste mesmo espírito de fraternidade as doações dos alunos do Curso Parto Amoroso foram entregues na noite da última 2a. feira, dia 27 de junho de 2016 à voluntária Selma Bujokas. A generosidade de nossos alunos propiciou o repasse de diversos restos de novelos de lã, agulhas de tricô e peças de tricô para serem desmanchadas.

A eficiência do grupo foi impressionante: no dia seguinte, logo após o almoço, todo o material já estava pronto para ser tecido, enrolado em novelos. 

Noite do dia 27 de junho: entrega da doação

Tarde do dia seguinte: novelos já prontos para serem transformados em mantas

O Curso Parto Amoroso  existe desde 1955 e é 100% gratuito para a comunidade. O CEMUC - Centro de Apoio às Mulheres e ao Casal Grávido - é a entidade que o mantém e, para isso, conta com a parceria de empresas. Professores voluntários orientam futuras mamães e papais sobre a gestação, parto, amamentação e cuidados com o bebê. Como forma de retribuição deste trabalho, o CEMUC pede aos alunos a doação de novelos de lã e fraldas e serem repassados a instituições beneficentes. 

Neste mês de junho, que foi um dos mais frios dos últimos anos, o CEMUC destinou esta doação ao Grupo Mãos que Aquecem por reconhecer a importância do trabalho desta equipe para aplacar o frio que tem sido rigoroso em nossa cidade. "Sabemos que estes novelos serão transformados em lindas mantas para aquecer idosos e crianças", disse a coordenadora do CEMUC, Dra Virgínia Merlin, que complementou: "Os quadrados representam cada um de nós que, sozinho, não consegue fazer muito, porém unidos, podemos transformar e salvar vidas ... cada um com seu talento é diferente do outro, tem seu próprio colorido e a beleza está nesta diversidade. O fio de lã une os quadrados, formando mantas... o fio condutor que une o CEMUC, o Grupo Mãos que Aquecem e as pessoas que recebem estas lindas mantas é o amor ".






Por ser particular, o Grupo Mãos que Aquecem não recebe qualquer tipo de patrocínio. Mantém este trabalho a partir de doações. " Não temos preferência por cor, nem data para receber, pois tricotamos o ano todo. Todas as doações são muito bem-vindas", explica a voluntária Selma Bujokas.

Para quem quiser colaborar com doações de lãs, fios, peças e agulhas de tricô, os contatos são:  

Grupo Mãos que Aquecem
(41)3233-1507 - Selma 
(41)3244-9061 - Jaqueline