sábado, 24 de agosto de 2024

Agosto - Mês das Gestantes

Desde 1955 o Curso Parto Amoroso trabalha em prol das gestantes 


No dia 15 de agosto é comemorado o Dia da Gestante. Fase linda e especial na vida de uma mulher, a gestação tem seu encanto, mas tem também seus medos, anseios e dúvidas em relação a si e ao seu bebê.

Em poucos meses, a gestante passa por várias transformações visíveis em seu corpo e várias outras invisíveis causadas pela “explosão” de hormônios, pensamentos e sentimentos que nem sempre convivem em uma sintonia tranquila.

O peso da barriga gera dores nas costas; as pernas incham dificultando o caminhar; o sono some durante a noite e volta com intensidade durante o dia; ela passa por enjôos e, ao mesmo tempo, tem vontade de comer coisas estranhas; sente-se linda como mãe e feia como mulher, entre outras tantas dificuldades ...

Até pouco tempo atrás, as roupas de gestante visavam “esconder” sua barriga, debaixo de batas e vestidos enormes. Era comum as crianças não saberem que a própria mãe estava grávida. Quando ela percebia os sinais de parto, as crianças eram levadas para a casa dos avós e o pai ia buscar a “parteira” para o novo filho nascer em casa. Isso gerou muitas mortes de mulheres e de bebês, pois nem sempre era possível um parto normal adequado. Novelas e filmes retratam essa prática, que deixou marcas profundas de dor e luto nas famílias.

Muitas gestantes não tinham qualquer acompanhamento médico de pré-natal. Outras precisavam abandonar seus empregos sem chance de voltar. Além daquelas que, por serem rotuladas como “mães solteiras” eram estigmatizadas pela sociedade, muitas vezes tendo seu bebê entregue para adoção pela sua própria família.

Sensível a estas questões, em 1955 a médica obstetra Dra Elisa Checchia Noronha, mulher à frente de seu tempo, criou em Curitiba um curso voltado às gestantes para explicar com base científica e amorosa as transformações de corpo, mente e de vida inerentes à maternidade.

Algo inimaginável naquela época, em que o pensamento dominante era de que “toda mulher já nascia sabendo como ser mãe”. Esta resistência só foi quebrada quando ela ofereceu o curso gratuitamente, em troca de doação de enxovais para gestantes menos favorecidas. Daí o marido concordava, pois “não tinha dinheiro sobrando para essas bobagens”.

Graças a esta médica, que atendia com o mesmo amor, respeito e competência, as gestantes da alta sociedade paranaense e gestantes de casas de prostituição pelo interior do Estado, quando lá viveu, a gestação passou a ser vista pelos olhos da ciência, com seus detalhes mês a mês e compreendida por profissionais de saúde, famílias e pela sociedade em geral, como uma fase de grande importância para as novas gerações.

O primeiro bebê nascido deste curso hoje tem 69 anos. Seu nascimento chamou a atenção de médicos que passaram a fazer parte desta equipe voluntária liderada pela Dra Elisa. Este bebê se chama Jacinta Caron - grande pedagoga, referência em nossa Capital.

De lá para cá, as gestantes obtiveram avanços positivos na legislação, mudaram a forma de se vestir, passaram a contar com o pai de seu bebê para compartilhar tarefas e despesas desde a fase gestacional, entre outras transformações. Mas algo nunca mudou: a necessidade de se preparar. Por isso desde 1955 o Curso Parto Amoroso continua a preparar gestantes e casais grávidos para receber gerações saudáveis e amorosas, pois nosso mundo preciso disso cada vez mais.  


Dra Elisa Checchia - médica dedicada e sempre amorosa com as gestantes


Jacinta Caron - 1o. bebê do Curso Parto Amoroso

Diferença no look das gestantes retrata como a gestação era/é socialmente encarada

Gestantes felizes, saudáveis e seguras: este é nosso objetivo



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